“Persona” significa do latim “Máscara” e para Carl Gustav Jung – um dos fundadores da psicologia analítica (1875-1971) – a personalidade que define um indivíduo, na procura de ser uma apresentação aceitável de si mesmo perante o mundo, esconde geralmente os seus verdadeiros pensamentos e sentimentos.
Prémio Nobel em 1997 e autor de quase uma centena de peças, Dario Fo viveu um romance de meio século com a actriz e activista Franca Rame, sua musa, com quem assinou a co-autoria de diversos textos.
Esta comédia aborda a condição da Mulher numa Europa, jásem regimes totalitários, onde as democracias permitem a emancipação feminina e a libertação do marido enquanto seu proprietário.
A igualdade de género e as liberdades sexuais iniciam então uma revolução social sobre a cultura de costumes mais conservadora. Ainda hoje quantas vezes se justifica a violência doméstica, um crime público, dizendo: “…entre marido e mulher, não se mete a colher.”?
Na Europa, do tempo em que os regimes totalitários iam caindo à vez, pessoas das mais diversas condições migravam para as recentes democracias na crença de melhores condições de vida – presas fáceis aos passadores de migrantes que, tal como hoje, lucram a vender o sonho de uma vida sem necessidades do outro lado.
ESTREIA A 25 DE MARÇO (temporada de estreia de 25 de Março a 10 de Abril de Qui a Sáb às 21:00, Dom às 16:00) SENHOR KOLPERT
O ponto de partida é que Ralf e Sarah jovem casal, nesta noite recebem Bastian e Edith, sua esposa. Para abalar os convidados e aliviar o tédio, fazem uma revelação perturbadora. A sala torna-se numa arena.
Quando o Gigante Voltou ao jardim, depois de umas longas férias, expulsou todas as crianças que brincavam no seu jardim.
Porque era egoísta e não gostava de partilhar ficou isolado num longo e frio inverno, pois a primavera deixou de aparecer naquele lugar onde já não se ouvia o riso feliz das crianças. Quem vai ensinar ao Gigante que a partilha é importante para se conseguir novos amigos?
Este conto de sala dá-nos a conhecer uma mágica amizade entre a estátua de um príncipe abastado e uma andorinha em processo de migração.
O desenvolvimento deste laço afectivo revela-nos a liberdade de quem viaja por outras culturas e a riqueza de quem toma um lugar como seu tornando-o melhor e mais próspero…valor incalculável para ambos que, sensíveis às dificuldades alheias, seguem um caminho comum.
Neste mundo cheio de injustiças são precisos heróis que defendam os mais fracos e oprimidos, pelo menos é o que acredita este herói do romance que é por muitos considerado o melhor de sempre, ele sim um herói da bondade, da generosidade e da justiça.
Publicado em 1605, Dom Quixote de La Mancha representa a crença ingénua num mundo fantástico que leva à personificação de entidades irreais mas ideais, desembocando em acções que não andam muito longe da caça aos “pokemons”, actividade mais consentânea com a vida moderna que o combate a moinhos de vento.